Escrevo para mim,
Sim!
E para alguém
que se chama Ninguém.
Escrevo
porque sei
E sei
aquilo porque escrevo
Tudo é um
jogo falso
E ao mesmo
tempo sincero.
Confesso-me
a ti,
folha branca,
Só a ti,
Sabendo que
tu es "eu",
E eu e tu
somos nós
E nesse momento eu grito:
Ó mar,
leva tudo!
Leva presentes e histórias,
De passadas
memórias,
E eu nelas
divago e invento
Ao sabor
deste tormento!
E então construo
um mundo e um navio
Para me
levar a ti
E contar-te
segredos
Um segredo
é uma palavra
E essa
palavra pode ser sofrida
Mas eu só
escrevo p'ra mim
E p'ra uma alma desconhecida...
Rainer Sousa
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