sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Escrevo para mim...



Escrevo para mim,
Sim!
E para alguém
que se chama Ninguém.

Escrevo porque sei
E sei aquilo porque escrevo
Tudo é um jogo falso
E ao mesmo tempo sincero.

Confesso-me a ti,
folha branca,
Só a ti,
Sabendo que tu es "eu",
E eu e tu somos nós

E nesse momento eu grito:

Ó mar, leva tudo!
Leva presentes e histórias,
De passadas memórias,
E eu nelas divago e invento
Ao sabor deste  tormento!

E então construo um mundo e um navio
Para me levar a ti
E contar-te segredos

Um segredo é uma palavra
E essa palavra pode ser sofrida
Mas eu só escrevo p'ra mim 
E p'ra uma alma desconhecida...



Rainer Sousa

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