segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Poderia dizer mil coisas



Poderia dizer mil coisas,
E mesmo assim não dizer nada
Uma palavra nasce e morre
Outras fogem em debandada

As palavras são belas todas?
Todas, parece que sim!
Mas olhemos esta verdade agora
Eu prefiro-as de cetim.

Sou como um alquimista fechado
E encerrado num salão escuro
Que a essas mesmas palavras de ouro
lhes oferece quase tudo.

Trato-as com carinho e primor
E ainda lhes sussurro na escuridão  
outras palavras de amor,
E aqueloutras de solidão.

E elas sozinhas ganham vida
Em bocas, cartas, papéis
E há quem não vos diga
Aquilo que eu bem sei

Que se elas forem desordenadas
Ganhariam ainda mais beleza
Enchendo de alegria e tristeza
Este poema e outros também.


Diogo de Ataíde

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