Aquela velha casa, sombria e abandonada
que desde a minha janela eu via
pareceu-me uma sepultura triste e fria
com paredes sem cor e uma porta fechada.
Ao vê-la assim tão sozinha e arruinada
Percebi uma límpida e clara verdade:
ali morou gente, houve risos e
muita saudade,
amores ardentes, lágrimas, um pouco
de tudo e de nada.
Nessa casa crescem flores
silvestres nas varandas
e nas paredes sobem e descem sete salamandras
e no chão há um tapete de musgo
escuro.
Também há espíritos presos no seu
vácuo interior
de avós, crianças e amantes que
sofrem de dor
por não poder viver e voltar p’ra
este mundo.
Federico Catavento
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