sexta-feira, 12 de outubro de 2018

AQUELA VELHA CASA



Aquela velha casa, sombria e abandonada
que desde a minha janela eu via
pareceu-me uma sepultura triste e fria
com paredes sem cor e uma porta fechada.

Ao vê-la assim tão sozinha e arruinada
Percebi uma límpida e clara verdade:
ali morou gente, houve risos e muita saudade,
amores ardentes, lágrimas, um pouco de tudo e de nada.

Nessa casa crescem flores silvestres nas varandas
e nas paredes sobem e descem sete salamandras
e no chão há um tapete de musgo escuro.

Também há espíritos presos no seu vácuo interior
de avós, crianças e amantes que sofrem de dor
por não poder viver e voltar p’ra este mundo.

Federico Catavento



  

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