Devo dizer-te que tenho em mim as quatro estações,
pois troveja, caem relâmpagos e floresce a
primavera,
chega o estio, o calor, toda a beleza desta
era,
e então vem o outono e desvanecem as minhas
ilusões.
Quem me dera que fosse sempre um áureo verão,
sempre uma verdejante primavera, um constante
cinza inverno
sempre outono, e a minha alma neste desgoverno
enquanto no abismo sofre a minha lógica razão.
Ó meu amor, a nossa relação consome tudo
isto
como o cálice da amargura que bebeu Cristo
ou como o fruto proibido de Adão e Eva.
Ó meu amor, e dir-te-ei que não me queixo,
esta turbulência atiça ainda mais o fogo do
desejo
e converte-o numa rara flor da nossa intrincada
selva.
RS
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